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Levantar-me-ei e irei ter com meu PAI...

>> terça-feira, 29 de maio de 2012


Texto Base: 

Lucas 
15: 11-32


E vamos ao que interessa...

Certo homem tinha dois filhos. É interessante como Jesus inicia a parábola falando de uma família onde é citado um pai e dois filhos. Dois filhos. Dois. Não um.
Pra mim uma grande mensagem bíblica inicia-se em seus detalhes desde o princípio. Há uma verdade central, óbvio, mas os detalhes também fazem grande diferença fora dos três pontos do esboço.
Costumamos ver o ambiente religioso como "Casa do Pai". O templo, a denominação, ou o que chamamos de igreja como casa do Pai. Logo que alguém para de frequentar um templo religioso, particularmente igrejas evangélicas, dizemos que o tal está se distanciando da casa do Pai.
Outros dizem: Vá pra "igreja", ali é a Casa de Deus.
Quero ressaltar que uma grande igreja, senhoras e senhores, não se inicia, meus queridos leitores, pelos fundamentos, alicerce ou até mesmo a fachada de um templo, mas inicia-se num momento íntimo com o Pai, descrito por nosso Cristo assim: "Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente." (Mateus 6:6) 
Assim nasce uma igreja, os alicerces de uma igreja são fundamentados no coração, na alma, no espírito do homem, onde veementemente Deus disse aos profetas e à sua igreja recém inaugurada no coração de uma multidão salva por Cristo: O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; (Atos 17:24) 

A Casa do Pai é cada vida, cada coração que em Cristo alcança a redenção de seus pecados, e assim, agora tem comunhão com outros salvos em Jesus, por isso, a filiação tem mais de um componente, ou seja, nesta parábola o Pai tem dois filhos em sua casa. Existe vários tipos de pessoas em nosso convívio com Deus, no corpo de Cristo, em sua Igreja, em nossa Casa.

O filho mais novo conclamou uma reunião com seu pai, pedindo assim a parte da herança que lhe cabia. O pai repartiu os bens entre os dois filhos e o mais novo permaneceu ainda ali no convívio familiar por alguns dias breves. Fico pensando...Será que o irmão mais velho não percebeu nada, absolutamente nada acerca de seu irmão mais novo? É comum alguém pedir pra que a herança fosse repartida? Queridos, no Corpo de Cristo, é impossível não perceber outrem. Nas denominações se percebe quem tem prestígio quase sempre, ou quem tem poder aquisitivo um pouco maior do que os R$ 100,00 de dízimo, mas no Corpo de Cristo não, ninguém passa desapercebido. O filho mais novo dá indícios que sairia de casa, mas o filho mais velho, não faz absolutamente nada e o porque disso mais pra frente é desvendado, pois as intenções do coração do filho quer fica se descortinam diante de nossos olhos ao lermos o desfecho desta parábola.

No convívio religioso, naturalmente quase não se percebe nada. Tudo se acha, ou tudo depende de um certo : Tô sentindo de Deus, varão". Francamente, no fundo, os poucos que percebem, agem como o filho mais velho, sem importar-se, sem ligar pra nada, simplesmente porque quer fazer uma "moralzinha" com o Pai, sabe-se que o filho mais novo vai embora, percebe-se isso no ar, há cheiro de fuga, há hálito de engano no caçula.
É bom não ignorarmos que os bens foram partilhados para ambos, acerca da FAZENDA, ou seja, o que havia na fazenda foi repartido entre os dois irmãos, guarde isso, mas guarde mesmo!
O Pai sabia, com certeza sabia, Pai sabe. Mas este Pai não quer seu filho longe, então reparte igualmente entre ambos os bens na fazenda, talvez isso já tenha deixado o filho mais velho com uma certa "dor de cotovelo" afinal de contas, não era costume, não era tradição entre os judeus repartir assim os bens, ainda mais envolvendo o caçula. Se o Pai viesse a faltar, a herança seria do mais velho, do primogênito, ou em caso de casamento deste, então sim poderia haver uma partilha, mas com diferenças entre os irmãos, por i primogênito tinha seus méritos na tradição.
Deus não coloca a tradição acima de seus cuidados e favores. O pai aqui, representante do Altíssimo Criador, não fez acepção de filhos. A legalidade está sempre na cabeça do mais velho, pois acredito que desde este instante, começou a ter desafeto para com seu irmão mais novo.
O filho mais velho é representante, nesta parábola, da classe de pessoas que servem a Deus por obrigação e barganha. Vejamos mais a frente se não.


Então, dias depois, o filho caçula pegou parte dos bens que lhe cabia e foi viver sua vida, a seu bel prazer. Viveu segundo a Bíblia, dissolutamente, dissolvendo seu ser, fragmentando seu caráter, perdendo sua alma.
Gasta tudo o que tem...Quem sabe com prostitutas, com orgias, jogos, pagando rodadas de vinho pra "galera". Quem sabe...Ninguém sabe!
O dinheiro acaba e agora ele se vê com fome, pois sobreveio uma grande seca sobre aquelas terras, maltrapilho e fedendo a porcos. Porcos? Sim! O que é mais abominável a um judeu do que "pastorear" porcos? Porco está na lista de animais imundos na Lei. O que vivia entre as ovelhas, agora apascenta porcos, de favor, pra ver se consegue comer alguma coisa. De favor? Terrível quando os conceitos de "favor" se misturam imperceptivelmente. O favor de Deus é imerecido e se chama GRAÇA. O favor do mundo é escravizante e se chama chantagem, oportunismo.
E foi numa dessas observando os porcos comerem que o estômago ronca e ele se lembra da fazenda, da casa do pai. "Na casa de meu pai, os trabalhadores têm pão sobrando".


Deus é um Pai benevolente. Seus trabalhadores têm pão sobrando, que dirá os filhos? Horrível coisa é sair da presença deste Pai. Os que o serviam por Lei tinham pão sobrando. Fora assim no deserto do Sinai. Que dirá os que O servem por graça!
Sair da presença deste pai é ter os valores invertidos a ponto de não se suportar mais e de se auto condenar, óbvio que esta capacidade só tem os nascidos do Espírito, que erram, claro, mas sabem o que significa arrependimento.
Lembre-se que a parábola diz que quem saiu de casa era FILHO, tanto quanto o que ficara com seu PAI, ambos eram FILHOS.
METANOIA, é a palavra grega, transliterada para o português, que define arrependimento no Novo Testamento. Significa mudança mente, expansão de consciência. É o que acontece no indivíduo quando o Espírito Santo fez e faz o trabalho de lavagem de sujeira pecaminosa pela Palavra de Deus, pela Verdade, faz o cara cair em si!
Cair em si...Ele não estava em si o tempo todo. 


O Filho então ensaia um discurso, ele quer reencontrar o pai, ele tem saudade de tudo e então ele pensa consigo: "Levantar-me-ei e irei ter com meu pai e lhe direi: Pequei contra o céu e contra ti, já não sou digno de ser chamado teu filho. Faz-me como um de seus trabalhadores."


Uma das grandes lições desta parábola se encontra aqui. O filho mais novo pensava consigo que era indigno de continuar ser chamado de filho. O que ele conhecia de seu pai, lhe assegurava que poderia tentar ser um trabalhador. Ele não sabia quão grande seria a benevolência do pai para com ele.


O jovem retorna ao seu lar, ele saia o caminho de volta. Sim, ele sabia o caminho para retornar ao pai. Todos os que um dia saem das circunvizinhanças da fazenda, saindo para uma terra longínqua, sabem o caminho de volta. Porque não é preciso marcar  caminho como na historinha de Joãozinho e Maria, pois a Palavra de Deus para os filhos pródigos é: Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres. 
Apocalipse 2:5

O trabalho de se lembrar de onde caiu, é nosso. Se Cristo em Apocalipse diz isto, é porque teremos capacidade de nos lembrar. Sabemos bem!

Ainda estava o jovem caminhando quando seu pai o avista de longe. É lindo isto. O pai vai correndo encontrar seu filho, alegre, jubilando. O filho o vê face a face novamente e enquanto tenda dizer algumas palavras de seu discurso ensaiado, leva uma aperto do pai, num abraço de amor sem igual, beijos no rosto que não o deixam falar e ouve o pai gritar: " Depressa!!! Matem aí o novilho cevado e façam churrascada porque esse meu filho estava perdido e foi achado, estava morto e reviveu!"

Quando acontece uma transformação de mente pelo arrependimento, uma expansão de consciência, quando damos os primeiros passos até Deus ensaiando nosso discurso, Ele já está há muito tempo nos esperando no portão. Ele corre em nossa direção e nos beija, nos abraça. Isso um pai só faz com quem é filho. Enquanto a gente fica tentando dizer palavras que tentem expressar nosso arrependimento, ele grita aos trabalhadores para trazerem o novilho cevado, aquele preparado para cerimônias judaicas especiais, e a principal delas, o casamento. Aqui não há noiva. Mas há uma celebração de aliança eterna entre o Pai e o filho, entre Deus e nós. Porque? Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende. Lucas 15:10
Sim, todas as vezes que um pecador se arrepende! Não está somente escrito que todas as vezes que um ímpio se converte há festa. Está escrito que há alegria nos céus todas as vezes que um pecador se arrepende. Nós somos pecadores, remidos, lavados, mas ainda pecadores, propensos a pecar e tendenciosos a isso.
Quando nos lembramos de casa, quando nos arrependemos, quando voltamos ao Pai, ele sai correndo beijando e abraçando, porque um pecador, filho, mas pecador, pecador, mas filho, se arrependeu.

O pai parece não se conter de felicidade. Como se não bastasse essa de carne pra ocasiões especiais, ele grita: "Tragam sandálias novas, roupas bonitas e novas, e um anel, rápido!"

Sandálias, vestes e um anel. Já parou pra pensar nisso? Tudo isto é sob medida. Meus sapatos não servem pra todo mundo, nem minhas vestes e meu número de anel em meus dedos é diferente de muitas pessoas. O Pai, Deus, conhece seus filhos e tem um guarda roupa de graça pra vestir a cada um de nós, pois um santo, pra se tornar santificado, precisa antes ser um pecador. Jesus não veio para sãos, mas doentes.
Sandálias novas, pois agora, como em Efésios 6, falando da armadura de Deus, significa pés calçados na preparação do Evangelho da Paz. Novas vestes porque a nudez do pecado já não existe mais, nem tampouco a vergonha. Não há preço a pagar aqui nesta parábola!
Anel, porque a autoridade de filho nunca saiu das veias deste jovem.

Enquanto isso...Você já estava se perguntando por ele não é? Há ainda o filho mais velho. Há ainda aquele que ficou.
Ele observa tudo de longe, a festa do pai ao seu irmão "rebelde", chama um criado de lado e pergunta não com essas palavras mas com esse espírito: "Que palhaçada é essa?" Ele ouve o que não queria: " Seu irmão estava perdido e foi achado, estava morto e reviveu, era bom que todo mundo se alegrasse, seu pai deu banquete!"

Esse filho não se alegra pelas coisas que alegram ao Pai. Há pessoas que servem a Deus por coisas. Existe esta classe de pessoas que não consegue se alegrar com coisas de alma, sabe? Um irmão reviver não é alegria, pelo contrário, é motivo de ódio porque ele está ganhando coisas. Coisas estas que vêm de forma palpável, mas todos filhos têm, embora os legalistas não consigam perceber. Os legalistas querem que a conta seja paga quando há erro, porque quando há acerto, esperam de Deus "coisas", objetos de barganha.

Quando o primogênito se aproxima do pai para o indagar, diz: "O que o senhor está fazendo pra esse rebelde? Há tanto tempo eu tenho te servido como um de teus trabalhadores e o senhor num mata um cabritinho pra eu me alegrar com meus amigos, agora vem esse marginal dizendo que se arrependeu e o senhor faz essa festança toda".
O pai olha nos seus olhos. O contraste entre a alegria do pai e a raiva do mais velho filho é evidente. E então a resposta é dada: "Você é meu filho, tudo o que eu tenho é teu também. Mas este teu irmão estava perdido e morto, foi achado e reviveu, tínhamos que nos alegrar com isto".

As palavras em azul, acima, foram ditas assim mesmo, apenas contextualizei, você pode comparar no texto bíblico. 
Há outra grande lição com este filho mais velho. Enquanto o mais jovem não sabia que o Pai, Deus, poderia ser gracioso abundantemente ao ponto de ainda considerá-lo filho, este mais velho não sabia que o pai não queria um escravo, e sim um filho, e tudo, absolutamente tudo que havia na fazenda era deste também. Aliás, pra quem leu o texto na Bíblia e se atentou para os detalhes sabe que há escrito algo que tornam os argumentos do primogênito ainda mais impróprio, pois o pai repartiu a fazenda entre os dois, ainda que não tivesse feito isso, seriam todos os bens, de todos ali, mas o pai fez! A legalidade nos deixa cegos para o que o Pai já nos deu, nos faz servir a ele por obrigação e não por amor. É interessante isto!

Esta parábola quer nos dizer que os dois filhos, são filhos. Que erros não tiram filiação, porque filho, se arrepende. Que legalismo obscurece a visão com as lentes da graça de Deus, porque nos faz servir a Deus por coisas e não por amor. Ser legalista nos impede de obtermos a liberdade de cearmos com Deus e Deus conosco de modo amoroso e sem reservas de ambas as partes.
Há um recomeço, há uma esperança, há uma graça para filhos e filhos, há um cuidado do Pai, há amor para nós. Há vestes para cobrir a nossa nudez e vergonha. Deus perdoa e veste, salda a dívida, mas há irmãos mais velhos que querem cobrar os juros. Sempre assim. O perdão que me é dado de graça,  eu não quero que seja de graça pros outros, quero que haja preço! Não é assim?
Deus chama os dois e diz: o PAI sou eu! Quero amor!
Falando em Pai, não me esqueci de dizer porque ele permitiu que o filho mais novo saísse de casa...Simplesmente porque as lições da GRAÇA se aprendem na prática, não na teoria.

Meditemos...



Roberson Vinhali


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NOTICIÁRIO

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